Um grupo de investigadores publicou um relatório em que dá a conhecer aquilo que se sabe (até agora) do animal extinto Adalatherium hui, que pode ser traduzido como “besta louca”. O fóssil, que se acredita ter vivido há 66 milhões de anos, foi encontrado na ilha de Madagáscar e está a intrigar os cientistas.
Os primeiros vestígios foram anunciados em janeiro deste ano, mas só agora a investigação revela mais pormenores sobre este ser vivo misterioso. Em 234 páginas, os 14 pesquisadores da Stony Brook University, nos Estados Unidos, descrevem-no como um animal com o tamanho de um gato moderno, avança a Sky News. O relatório é composto por sete capítulos e faz parte da Society of Vertebrate Paleontology (SVP), uma publicação anual sobre os fósseis de vertebrados mais significativos.
A descoberta vem surpreender a comunidade científica devido à fisionomia do fóssil. Além de se acreditar que os mamíferos daquela época tivessem, no máximo, o tamanho de ratos atuais, o esqueleto desta “besta louca” apresenta-se como o mais completo de que há registo em mamíferos daquele tempo.
Sobre a anatomia, a coluna vertebral possui mais vértebras do que a maioria dos mamíferos, os membros posteriores apresentam-se em posição estendida e os superiores ficam por baixo do tronco. Os dentes da frente assemelham-se aos de um coelho e, em conjunto com os de trás, são “completamente diferentes dos de qualquer outro mamífero conhecido, vivo ou extinto”, explica David Krus, um dos investigadores, citado pelo mesmo jornal.
O animal vem questionar também as regras da evolução e, para já, ainda não existem respostas. “Sabendo o que sabemos sobre a anatomia do esqueleto de todos os mamíferos vivos e extintos, é difícil imaginar como um mamífero como o Adalatherium pudesse ter evoluído”, continua o cientista. “Ele quebra muitas regras”. Acrescenta ainda que se apenas os dentes de trás fossem descobertos, hoje o mistério continuaria por resolver.
A localização do fóssil pode ser a resposta para o desconhecimento por parte da comunidade científica. “As ilhas são estranhas e, portanto, havia tempo suficiente para o Adalatherium desenvolver as suas muitas características extraordinariamente peculiares de forma isolada”, conclui.