Na passada segunda feira, 14 de setembro, os Estados Unidos proibiram a importação de produtos provenientes de empresas da região de Xinjiang, localizada no oeste da China, acusadas da prática de trabalho escravo.
São seis as empresas industriais de Xinjiang responsáveis pela produção de têxteis, algodão, peças de computador e produtos para o cabelo que vão deixar de importar produtos para os Estados Unidos. É costume Pequim apelidar estes locais de “centros de educação e treino de habilidades vocacionais”. Mas, na verdade, tratam-se de campos de concentração, com poucas ou nenhumas condições, nos quais são inseridos reclusos de minorias muçulmanas. É o caso da população uigure, natural do Turquemenistão, que é obrigada a realizar trabalho escravo ou recebendo muito pouco.
O Departamento de Segurança Interna dos Estado Unidos já emitiu um pedido de retenção de produtos para todas as seis entidades chinesas, com o objetivo de impedir que mercadorias suspeitas de terem sido feitas com trabalho forçado entrem no país. Este pedido permite que a Alfândega e a Proteção de Fronteiras bloqueiem o envio de produtos para os portos dos Estados Unidos.
Ken Cuccinelli, um dos ministros do Departamento de Segurança Interna dos Estado Unidos reforçou, citado pela CNN, que o local em questão “não é um centro educacional: é um campo de concentração onde as minorias étnicas e religiosas estão sujeitas a abusos e são forçadas a trabalhar em condições desumanas. É a escravatura moderna”.
Mas esta não é a primeira vez que algumas empresas chinesas, especialmente da região de Xinjiang, estão debaixo de fogo devido às alegações de abusos dos direitos humanos. De acordo com a NBC News, estima-se que mais de um milhão de uigures da província ocidental de Xinjiang se encontrem detidos em campos de concentração onde são forçados a estudar o marxismo, renunciar à religião muçulmana, e a trabalhar em fábricas onde são vítimas de abusos.