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Em 1994 criou, na sua garagem, a agora famosa Amazon, a empresa que lhe permitiu conquistar o título de homem mais rico do mundo. Numa altura conturbada na economia, o e-commerce viu as suas forças revigoradas. Recomendados a não sair de casa, os cidadãos aproveitam a tecnologia para obterem os seus produtos de maneira fácil e rápida.
A Amazon foi uma das empresas que beneficiou com a pandemia, sendo que as suas ações valorizaram 73% desde o início do ano. Na segunda-feira passada, os títulos subiram 7,9%, num recorde de 3,197 dólares. Isto permitiu a Bezos ganhar 13 mil milhões de dólares, o que corresponde a cerca de 11,7 mil milhões de euros. Este é o maior salto de riqueza observado num único dia desde que a Bloomberg começou a registar as alterações diárias na fortuna das pessoas mais ricas do Mundo, em 2012.
Apesar das demonstrações de generosidade por parte de Jeff Bezos, que em abril doou 100 milhões de dólares à Feeding America (que ajuda 200 bancos alimentares americanos) e dois meses depois doou 125 milhões de dólares na ajuda à luta contra a Covid-19, as críticas à sua extensa fortuna não cessam.
Há uma semana, um grupo de 83 milionários assinou uma carta aberta onde pediam o aumento permanente dos impostos daqueles que possuem dinheiro que pode ajudar a reconstruir o mundo gravemente afetado pela atual pandemia.
“Os problemas causados e revelados pela Covid-19 não podem ser resolvidos através da caridade, não interessa o quão generosos sejamos. Os líderes governamentais têm de assumir a responsabilidade de recolher os fundos necessários e de distribuí-los de maneira justa”, escrevem.
Numa altura em que a riqueza de Bezos está na boca de todos (mas não nas carteiras), discute-se a forma como enriqueceu e denunciam-se as práticas não tão éticas que fizeram a Amazon crescer.
Vários colaboradores têm vindo a relatar procedimentos irregulares dentro dos armazéns da empresa, como o facto de serem, alegadamente, muitas vezes obrigados a ignorar medidas de segurança, de modo a conseguirem realizar o trabalho num curto espaço de tempo.
Jeffrey Wilke, que coordena a Amazon Stores, Prime, a área de Marketing, entre outros, disse ao programa Frontline, que “a segurança dos nossos funcionários nunca foi comprometida”. Revelou também que a empresa não permite a formação de sindicatos de trabalhadores porque considera os funcionários são sempre protegidos.
Mas, com o aumento do fluxo de encomendas, muitos trabalhadores dizem sentir-se à deriva e extremamente expostos ao vírus, acusando a empresa de não tomar as devidas medidas de precaução para evitar a transmissão do vírus.