Um estudo científico dinamarquês, publicado a 14 de maio, investigou as fazes dos pinguins-rei da Antártida, que emitem grandes quantidades de óxido nitroso. Esta investigação, além de revelar que o aquecimento global está a mudar o comportamento destes animais, também fez com que os cientistas ficassem ‘loucos’ com o gás que era emitido pelas fezes dos animais.
“Os excrementos de pinguim produzem níveis significativos de óxido nitroso nas suas colónias”, disse à agência de notícias AFP o diretor do estudo, Bo Elberling, do Departamento de Geociências e Gestão de Recursos Naturais da Universidade de Copenhaga.
O óxido nitroso, um poderoso gás com efeito de estufa, é um gás sedativo utilizado nos dentistas e é conhecido por induzir ao riso.
Enquanto estudavam as colónias dos pinguins na ilha da Geórgia do Sul, entre a América do Sul e a Antártida, no Atlântico, os investigadores começaram a sentir os efeitos da inalação do gás, quando estavam rodeados de fezes de pinguim: “Depois de remexer nos excrementos durante várias horas, ficaram um pouco loucos. Mais tarde começaram a sentir-se indispostos e com dores de cabeça”, disse Elberling.
Este gás emitido pelas fezes dos pinguins deriva da dieta destes animais, rica em krill e peixe, que contém altos níveis de azoto. As bactérias das fezes dos pinguins convertem o azoto em óxido nitroso.
“Embora as emissões de óxido nitroso, neste caso, não sejam suficientes para ter um impacto significativo no balanço global da Terra, as nossas descobertas contribuem para novos conhecimentos sobre como as colónias de pinguins afetam o ambiente ao seu redor, o que é interessante porque as colónias estão a espalhar-se”, acrescentou o diretor do estudo.