Se esta terça-feira, dia 2 de dezembro, escolher fazer uma refeição em algum dos 15 restaurantes aderentes – e cuja lista lhe deixamos abaixo –, estará a doar €1,50 às vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, que em março e abril devastaram o centro e o norte de Moçambique. A iniciativa foi proposta pela Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) Oikos, que continua no terreno a trabalhar para conseguir que os moçambicanos possam ter acesso a comida – a maior prioridade do momento no país.
A chamada Giving Tuesday (ou terça-feira de doação, numa tradução livre do inglês) já acontece em alguns outros países do mundo, mas chega a Portugal pela primeira vez em 2019, e numa altura em que Moçambique se prepara para enfrentar alguns dos meses mais severos em termos de escassez alimentar, segundo várias fontes ouvidas pela VISÃO.
“A Oikos trabalha o tema da segurança alimentar e nutricional desde sempre e há alguns anos em Portugal. Para nós, cozinhar também é liderar e por isso há muito que queríamos envolver os nossos chefs e cozinheiros nacionais nas nossas iniciativas”, explicou João José Fernandes, Presidente da Oikos, num comunicado enviado às redações. Por esse motivo, nota o mesmo comunicado, a Oikos desafiou alguns restaurantes lisboetas a doar parte das suas receitas no dia 3 de dezembro (um prazo que, avisa ainda a Oikos, em alguns casos se prolonga até dia 8 de dezembro). Todo o valor angariado será alocado ao trabalho que a ONGD portuguesa está a realizar em Moçambique, onde já distribuiu alimentos e bens de primeira necessidade a mais de 240 mil pessoas. Atualmente, e segundo dados da Oikos, a organização tem estado a trabalhar para ajudar na recuperação da produção agrícola do país
O valor doado irá apoiar o trabalho feito pela ONG portuguesa em Moçambique, que se tem centrado em dotar as famílias de condições para recuperarem uma das suas principais formas de subsistência: as suas machambas (ou hortas). A Oikos compromete-se a doar kits que podem incluir sementes, utensílios agrícolas e árvores de fruto; a construir armazéns alimentares; a fazer ações de sensibilização junto das comunidades ou a fornecer sementes que sejam suficientes para a subsistência de famílias inteiras ou só de uma pessoa, consoante as doações e as necessidades.
Recorde-se que atualmente há atualmente 1,9 milhões em risco de fome em Moçambique, com as crianças a representar uma elevada percentagem deste total. No mesmo sentido, teme-se que os novos casos de malnutrição entre os mais pequenos aumentem consideravelmente, numa altura em que as chuvas estão a chegar e é preciso esperar pelo menos três meses até às próximas colheitas.
Várias organizações humanitárias continuam no terreno, muitas delas a distribuir refeições ininterruptamente – como é o caso do Programa Alimentar Mundial – mas as expectativas são de que ainda falta muito dinheiro e muito trabalho para que se possa dar como concluído o processo de recuperação dos dois ciclones que, em menos de um mês, atingiram Moçambique.
Assim, a Oikos insta todos os que tiverem refeições a fazer fora de casa a escolher um dos 15 restaurantes aderentes a esta iniciativa, e a ajudar “Moçambique a renascer”. A saber:
O Nobre, by Justa Nobre – Campo Pequeno
Izanagi – Alcântara
Erva – Campolide
Panorâmico, by Marlene Vieira – Porto Salvo
SOI – Cais do Sodré
Enigma d’Alquimia – Saldanha
Plano – Graça
Boi Cavalo – Alfama
Essencial – Bairro Alto
Tasca da Esquina – Lapa
Avenida SushiCafé – Avenida da Liberdade
LOCO – Lapa
Pigmeu – Campo de Ourique
Akla – Marquês de Pombal
Mano a Mano – Chiado