Segundo o Centro Integrado de Comando e Controle das Eleições, em Brasília, as infrações cometidas pelos 134 detidos foram registadas nos estados de Alagoas, Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul e Pará.
Já a polícia federal brasileira divulgou que foram registadas 901 ocorrências eleitorais pelo país, que variam entre prática de crimes de boca de urna, uso de identidade de outros eleitores para votar, transporte ilegal de eleitores e até casos de compra de votos.
No estado brasileiro de Mato Grosso um indígena foi preso com 70 cartões eleitorais quando tentava realizar sozinho o voto dos membros da sua aldeia.
O homem, da etnia Kayapó e cuja identidade não foi revelada, “queria votar em nome de todos os povos indígenas do seu grupo étnico, como se todos estivessem presentes no local de votação”, disse Lídio Modesto, juiz-assistente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.
O TSE também anunciou que até às 14:00 locais (18:00 em Lisboa) foram substituídas 964 urnas, 0,19% do total de 454.493 urnas em todas as zonas eleitorais do Brasil.
Numa das eleições mais disputadas do Brasil desde a redemocratização em 1985, em que são chamados a votar 147 milhões de eleitores, também há registo de ações ilegais e divulgação de notícias falsas relacionadas com ações de eleitores por parte de dois filhos do candidato da extrema-direita à Presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, que lidera as sondagens.
Flavio Bolsonaro, candidato ao Senado [câmara alta parlamentar] pelo Rio de Janeiro, divulgou um vídeo na rede social Twitter sobre uma suposta fraude numa urna eleitoral em que ao digitar a tecla 1 aparecia o nome do principal rival do seu pai nas eleições, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), que aparece na posição 13.
Depois da divulgação do vídeo, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais divulgou um outro vídeo em que um perito afirmou que a denúncia e o vídeo eram falsos.
Ao ser desmentido pelo TSE, Flavio Bolsonaro usou o Twitter para dizer que o vídeo era “uma acusação grave” e que apesar de a explicação do TSE não ter sido clara, decidiu retirar a mensagem com o vídeo.
Já o candidato a deputado federal Eduardo Bolsonaro, também filho de Jair Bolsonaro, usou o Twitter para pedir aos eleitores que filmem os seus votos, prática que é ilegal no Brasil.
“Prezados, em caso de problemas com a urna filmem, de preferência gravem lives [vivos publicados em redes sociais] e digam qual o estado, zona e secção onde está ocorrendo o problema”, escreveu.
Outro vídeo que circula no aplicativo Whatsapp, a que a Lusa teve acesso, mostra um eleitor não identificado supostamente a filmar o seu voto, o que é proibido, e usando uma arma para digitar 17, número usado para votar no candidato Jair Bolsonaro.
com Lusa