Depois de abandonada por cerca de 115 mil pessoas na sequência do desastre nuclear de 1986, a “zona morta” foi ocupada pela vida selvagem, incluindo linces, javalis e cavalos. Agora, pela primeira vez, investigadores conseguiram ter a certeza de que há lobos a sairem desse território de 4200 quilómetros quadrados, fazendo soar os alarmes: os animais de Chernobyl pode passar genes radioativos mutantes a outras populações animais.
A conclusão foi possível graças à monitorização dos movimentos de 14 lobos cinzentos, com recuso a coleiras com GPS – um dos mais jovens chegou a afastar-se 300 quilómetros da fronteira da Zona de Exclusão.
Segundo a investigação da Universidade do Missouri, publicada no European Journal of Wildlife Research, a população de lobos na zona é agora sete vezes superior à das áreas circundantes, devido à ausência de humanos,
“A dispersão de um lobo jovem é uma observação importante porque sugere que a Zona de Exclusão de Chernobyl pode servir de fonte a algumas populações de vida selvagem fora da zona”, escrevem os autores do estudo, explicando que “isto levanta questões sobre o alastramento de mutações genéticas induzidas pela radiação a populações em áreas não contaminadas”.