Uma dúzia de camelos foi desqualificada de um concurso de beleza na Arabia Saudita por estar a usar botox.
Os animais desqualificados estavam a violar as regras do concurso, a decorrer durante os 28 dias do Festival do Camelo do Rei Abdulaziz, perto da capital saudita Riyadh.
O botox – ou toxina botulínica – é uma neurotoxina que, quando aplicada terapeuticamente, bloqueia a chegada dos sinais elétricos do cérebro aos músculos. Tal faz com que os músculos não recebam ordens para contrair e, portanto, não criem rugas de expressão na pele.
As aplicações mais comuns do botox são na testa, à volta dos olhos, nas bochechas… e agora no camelo.
Os donos dos camelos recorreram à toxina de modo a tornar os seus camelos mais apelativos aos juízes do concurso de beleza. O prémio total dos concursos e das corridas do festival pode atingir os 213 milhões de riais sauditas, ou cerca de 46 milhões de euros.
“O camelo é um símbolo da Arábia Saudita.”, explicou o chefe do júri do concurso, Fawzan al-Madi, à Reuters. “Costumávamos preservá-lo por necessidade, agora fazemo-lo por passatempo”.
Quanto aos camelos batoteiros, “encontrámos pelo menos um e, por vezes, dois por dia”, durante a metade do festival que já passou, relatou Madi ao The Telegraph.
No ano passado, o festival deixou de se realizar no deserto e passou a localizar-se ao pé da capital, numa tentativa de enfatizar a cultura e tradições sauditas.
Lá podem-se encontrar bancas de comida e comércio local de produtos feitos com pelo de camelo, um zoológico com os maiores e os mais pequenos camelos do mundo, um museu de esculturas de areia de camelos, tendas de prova de leite de camelo e um planetário a exemplificar como os árabes se guiavam pelas estrelas quando montados nos seus – adivinhou – camelos.
A organização prevê que o festival cresça nos próximos anos graças à criação do Clube do Camelo, no ano passado, por parte do príncipe Mohammed bin Salman – um clube oficialmente reconhecido e criado por decreto real.
“A visão passa pelo festival se tornar num fórum global e pioneiro, para todas as classes de pessoas virem para entretenimento, conhecimento e competição”, diz Fahd al-Semmari, um dos membros do Clube do Camelo.