Desenvolvida uma complexa rede neural para analisar os milhões de frames de vídeo disponíveis de Barack Obama, tudo o que a equipa da Universidade de Washington precisa é de um áudio e aí está um vídeo absolutamente realista do ex-Presidente dos EUA… só que não é, na realidade, o ex-Presidente dos EUA mas uma espécie de duplo digital.
À rede neural artificial coube analisar como o rosto de Obama se movimenta à medida que ele fala, desde os lábios aos dentes, passando pelas rugas. A partir daí, é possível fazer coincidir qualquer áudio do antigo Presidente norte-americano com o seu modelo digital – um discurso de campanha, por exemplo, como se tivesse sido gravado frente a uma câmara na Casa Branca.
“As pessoas são particularmente sensíveis às áreas da boca que não parecem realistas”, explica o co-autor da investigação Supasorn Suwajanakorn. “Se os dentes não estão renderizados como deve ser ou se o queixo se mexe na altura errada, as pessoas notam logo e vai parecer falso”, acrescenta.
A ferramenta criada, que “assistiu” a horas e horas de discursos de Obama, “entende” os áudios dos vídeos e consegue os traduzi-los em diferentes configurações de boca, recriando no tempo certo os movimentos característicos.
E sim, na prática, é possível pôr Obama a dizer qualquer coisa. “Podemos pegar na voz de qualquer pessoa e transformá-la num vídeo de Obama”, confirma Steve Seitz, outro dos autores do estudo.