Escondidas num anexo secreto por detrás de uma estante de livros, as relíquias foram encontradas numa casa de um colecionador que já andava a ser investigado por agentes da Interpool e membros da secção de Crimes Culturais da Polícia Federal. Apesar de ainda não ter sido publicamente identificado, o suspeito encontra-se já sob investigação de um tribunal federal. De acordo com o Governo, as peças são originais e suspeita-se que tenham pertencido a oficiais do regime nazi.
Entre as relíquias destaca-se um busto de Adolf Hitler, uma escultura de uma águia imperial com uma suástica e um dispositivo médico utilizado para medir a cabeça das pessoas, que servia para provar se eram ou não da raça ariana. Além do tesouro nazi foram também encontradas relíquias de origem chinesa, japonesa e egípcia.
Os investigadores acreditam que estas antiguidades chegaram ao país trazidos por oficiais nazis, após a II Guerra Mundial, altura em que o país se tornou num dos principais refúgios para criminosos de guerra. Josef Mengele é um dos casos mais conhecidos. Viveu em Buenos Aires durante uma década, depois de ter feito parte da equipa de médicos que selecionava as vítimas enviadas para as câmaras de gás em Auschwitz.
Patricia Bullrich, ministra argentina da Segurança, afirma que o caso está sob segredo de justiça, mas confessa estar chocada com a descoberta destas peças. “Estamos chocados, é muito impressionante encontrar estas peças com simbologia nazi, emblemas de um período trágico da história. As nossas investigações iniciais mostram que as peças são originais”.
Os investigadores procuram determinar o valor histórico de uma peça em concreto, através da análise do negativo de uma fotografia de Adolf Hitler, na qual o líder nazi aparece com uma lupa em tudo idêntica a uma agora encontrada neste espólio.
Depois de investigadas, as peças serão entregues ao Museu do Holocausto de Buenos Aires.