1 – A multidão no dia da tomada de posse
Donald Trump envolveu-se numa guerra com os meios de comunicação logo a propósito do dia da sua tomada de posse, com as imagens a mostrarem uma versão bem diferente da sua: um milhão e meio de pessoas a asssitirem à cerimónia.

A tomada de posse de Trump vs a de Obama
Reuters
2 – Fraude eleitoral
Trump afirmou repetidamente que a sua derrota em New Hampshire se deveu a uma fraude eleitoral, assim como a sua derrota, por quase 3 milhões, no voto popular, quando vários estudos independentes mostram que a fraude eleitoral nos Estados Unidos é residual.
3 – O massacre que nunca existiu
Kellyanne Conway, conselheira de Trump e conhecida por ter cunhado a já popular expressão “factos alternativos”, justificou a decisão do Presidente de impedir a entrada no país de cidadãos de sete países muçulmanos com um massacre que teria ocorrido na cidade de Bowling Green, no estado do Kentucky, por dois cidadãos iraquianos. Em entrevista à MSNBC, Conway comparou a decisão de Trump com a de Obama, em 2011, de rever os critérios de acolhimento de refugiados iraquianos. “Aposto que é uma novidade para as pessoas que o Presidente Obama decretou uma proibição de seis meses para os refugiados do Iraque depois de dois iraquianos terem vindo para o nosso país, terem sido radicalizados e terem estado por trás do massacre de Bowling Green. A maioria das pessoas não sabe disso, porque não foi noticiado”, afirmou, então Conway. Na verdade, os dois cidadãos iraquianos foram condenados pela tentativa de enviar armas e dinheiro para a Al Qaeda, mas não houve qualquer massacre.
4 – Taxa de homício mais alta dos últimos 47 anos
Dados do FB mostram que o Presidente está errado. A taxa de homicídios em 2015, último ano com números disponiveis, era mais baixa do que nos 45 anos anteriores. Houve, na realidade, o maior aumento dos últimos 50 anos num só ano, entre 2014 e 2015. Ainda assim, em 2015, a taxa era de 4,9 por cada 100 mil habitantes, quando se situava entre os 8 e os 10 por cada 100 mil nos anos 90.
5 – As fábricas de volta aos EUA
Na primeira conferência de imprensa a solo, Trump atribiu-se crédito pelo regresso aos Estados Unidos de grandes empresas e fábricas, como a Ford, mas o plano da companhia já era esse antes das eleições e prende-se à estratégia da marca.
6 – “Uma confusão” como herança
Na mesma conferência de imprensa, Donald Trump diz que herdou “uma confusão” de Barack Obama, tanto a nível nacional como internacional. Na realidade, o seu antecessor herdou uma situação muito pior em 2009, com um pico no desemprego logo no primeiro ano, que, entretanto, caiu para os 4,8 por cento. A nível internacional, Trump diz que o Estado Islâmico se alastrou como “um cancro”, quando o Daesh está a perder terreno tanto no Iraque, como na Síria e na Líbia, como lembra o Washington Post na verificação dos factos sobre esta conferência de imprensa.
7 – A taxa de aprovação dos media
Segundo Trump, a taxa de aprovação dos meios de comunicação é inferior à do Congresso, quando uma sondagem da Gallup de 2016 mostra que embora a confiança pública nos media tenha caído nos últimos anos, estes são vistos positivamente por 20% dos inquiridos, no caso dos jornais, e 21%, no caso da televisão, contra os 9% que confiam no Congresso.