As contas são da agência Reuters e os cálculos foram feitos por baixo: em muros e cercas de arame anti-imigração, erguidos nas suas fronteiras, um número crescente de países europeus já gastou, pelo menos, 500 milhões de euros. Agora que Donald Trump assinou o decreto para a construção do muro em toda a fronteira entre os EUA e o México (o que levou o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, a suspender uma viagem oficial a Washington e a cancelar a reunião que tinha agendada com o homólogo americano), a indignação na Europa irá ao rubro. Mas, entre os muros de cá e o de lá, só há uma diferença: os dos países europeus são pagos pelos respetivos contribuintes; o projetado pelo presidente americano, diz o próprio, é para ser suportado… pelo México.
É de pressupor que Donald Trump olhará com inveja para a rapidez com que países europeus constroem os seus muros e cercas. São já cerca de 1 200 km de barreiras anti-imigrantes, que correspondem a quase 40% do muro que o presidente americano quer levar por diante.
Essas barreiras espalham-se por toda a geografia do Velho Continente: entre a Grécia e a Turquia; entre a Macedónia e a Grécia; entre a Eslovénia e a Croácia; na Hungria, nos seus vários limites fronteiriços; nos enclaves espanhóis em África; em França, no acesso à linha ferroviária do Eurotunel que conduz ao Reino Unido. E os países balcânicos já se preparam para construir os seus muros, caso a rota dos migrantes se altere e comece a passar por ali.
Que ilusão a de que o Muro de Berlim, derrubado em novembro de 1989, era o último a cair…