Pat Nixon ficou convencida assim que viu o desempenho televisivo de Donald Trump, num talk show apresentado por Phil Donahue, em 1987. E partilhou com o marido, o ex-presidente americano Richard Nixon (1969-1974), a ideia de que aquele homem iria dirigir o país se algum dia decidisse candidatar-se à Casa Branca.
Dias mais tarde, Donald Trump recebeu no correio uma carta assinada pelo antigo chefe de Estado – o único a ter renunciado ao mandato, na sequência do escândalo Watergate.
“Querido Donald, eu não vi o programa, mas a Sra. Nixon disse-me que esteve excelente no show de Donahue. Como pode imaginar, ela é uma especialista em política e prevê que quando você decidir candidatar-se à presidência dos Estados Unidos vai ganhar!”.
Escritas a 21 de Dezembro de 1987, as duas frases ganharam agora, quase 30 anos depois, um peso que não pareciam ter quando foram divulgadas pelo The New York Times no ano passado (a carta foi passada ao jornal pelo biógrafo de Trump, Michael D’Antonio).
O agora eleito presidente dos EUA tinha 41 anos quando foi entrevistado na televisão nacional por Phil Donahue, a pretexto do livro “A Arte de Negociar”. Trump tinha acabado de comprar a mansão Mar-a-Lago, na primeira primeira linha de praia na Florida. Uma propriedade com mais de 120 assoalhadas e 33 casas de banho, que ainda hoje detém.
Logo nos primeiros minutos do programa em que convenceu Pat Nixon, o novo inquilino da Casa Branca gaba-se de preferir o sucesso ao fracasso enquanto pisca o olho à assistência, mas expressa-se de forma bem mais pausada e tímida do que hoje acontece. O que reforça a convicção de Richard Nixon: a sua mulher, falecida em 1993, era mesmo uma expert na matéria.