O estudo é surpreendente. Segundo o Pew Research Center, na França apenas 29% da população tem uma perceção negativa dos muçulmanos. Em contrapartida, 72% da população na Hungria, 69% na Itália e 66% na Polónia tem uma imagem pouco favorável desta comunidade. Note-se que a França é um dos países europeus com mais muçulmanos: apesar do governo de Paris não permitir que se realizem censos com base nas crenças religiosas, em 2010 cria-se que cerca de 8% da população, ou seja, 4,7 milhões, eram seguidores da religião do profeta Maomé. Por outro lado, na Polónia estima-se que apenas 0,1 dos residentes professem esta fé. Os dados foram recolhidos posteriormente aos ataques ao jornal satírico Charlie Hebdo (em 7 de janeiro de 2015) e a lugares de diversão em Paris (13 de novembro de 2015) mas anteriores ao de Nice (14 de julho de 2016).
No mesmo inquérito, conduzido durante a primavera, 24% dos franceses consideravam que a diversidade tornava o seu país um local melhor para se viver, contra 22% que entendiam que uma sociedade multicultural e multiétnica tornava a França pior. Na Polónia, por exemplo, os que julgam a diversidade negativa chegam a 40% da população e apenas 14% acharam que se tratava de uma característica positiva. Na Hungria, Itália e na Grécia, os sentimentos negativos foram ainda superiores aos da Polónia.
Embora quase metade dos franceses (46%) considere que os refugiados vão aumentar a probabilidade de ataques terroristas, são mais (53%) os que estão preocupados com o efeito dos fluxos sobre o Estado Social do país. Também neste caso – o da associação entre refugiados e ataques terroristas – se trata de um dos mais baixos valores registados entre os 10 países analisados pelo Pew Research Center.