O líder cubano, que voltou a referir-se às ameaças para a sobrevivência humana, discursou junto com o irmão, o presidente Raúl Castro, no encerramento do Sétimo Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), realizado em Havana. “Estou quase a completar 90 anos, nunca teria imaginado isto, nem foi fruto de um empenho, foi um capricho do destino. Serei como todos os outros. Essa hora chegará para todos nós”, afirmou o líder histórico da Revolução Cubana, num curto discurso que fez sentado. A sua intervenção foi gravada e depois transmitida pela televisão estatal.
Um Fidel de boa aparência, camisa e casaco desportivo azul, acrescentou que após a sua morte “ficarão as ideias dos comunistas cubanos como prova de que neste planeta, se se trabalhar com fervor e dignidade, conseguem produzir-se os bens materiais e culturais de que os seres humanos precisam”. “Devemos transmitir” aos nossos irmãos da América Latina e do mundo “que o povo cubano vencerá”, apontou. “Talvez esta seja uma das últimas vezes que falo nesta sala”, disse Fidel Castro em tom firme, agradecendo depois ao seu irmão, o presidente Raúl Castro, pelo seu “magnífico esforço” à frente do PCC.
O terceiro e último dia de trabalhos do congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC) ficou marcado pela presença de Fidel Castro, na sessão de encerramento, duas semanas depois de ter efetuado a sua primeira aparição pública dos últimos nove meses. Raúl Castro foi reeleito esta terça-feira primeiro secretário da organização, um cargo que ocupa desde 2011 quando substituiu o irmão Fidel.
O recém-eleito Comité central do PCC, o partido único no país, também confirmou José Ramón Machado Ventura como segundo secretário, cargo que também desempenha desde o anterior Congresso celebrado há cinco anos.
Após três dias de reuniões, o VII Congresso do partido encerra hoje, no dia em que foi revelada a nova composição dos órgãos diretivos do partido, onde se incluem o Comité central, “bureau” político e secretariado.
No “bureau” político, composto por 17 dirigentes, entraram cinco novos membros, como o secretário-geral do sindicato oficial Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), Ulisses Guilarte, o ministro da Saúde, Roberto Morales, e a secretária-geral da Federação das Mulheres Cubanas (FMC), Teresa Amarelle.
O novo Comité central, órgão máximo do partido entre congressos, passa a incluir 142 membros, como uma média de idades de 54 anos, abaixo da média do anterior organismo eleito em 2011 e que incluía 116 militantes.