As conclusões desta nova investigação confirmam as suspeitas de que o Estado Islâmico começou a usar explosivos com cloro e outros químicos nos seus ataques na Síria e no Iraque.
As duas organizações, com sede no Reino Unido, enviaram equipas para o terreno depois das alegações de que os jihadistas tinham usado armas químicas em três ocasiões, só no mês passado.
Este “é o primeiro uso documentado de projéteis com agentes químicos contra as forças curdas e alvos civis por parte das forças do Estado Islâmico”, anunciou o grupo Conflict Armament Research (CAR).
As equipas chegaram ao terreno uma semana depois do ataque em Mosul mas, mesmo assim, o líquido amarelo escuro a escorrer do morteiro emitia um forte cheiro. “A equipa de investigação também teve dores de cabeça e náuseas quando se aproximou do projétil”, esclarece James Bevan, diretor executivo do CAR, referindo-se a sintomas consistentes com a exposição a um agente químico de cloro.
A investigação abrangeu também as munições que atingiram o norte da Síria a 28 de junho e que provocaram “perda de visão, perda de consciência em alguns casos, dores da cintura para baixo, resultando em paralisia temporária e localizada”, entre outras dificuldades.
Nove dias depois, quando os investigadores analisaram os fragramentos das munições, descobriram que estavam cobertas por um resíduo químico que ainda tinha um odor acre que provocava irritação intensa nos olhos e na garganta. Análises a vários dos guerrilheiros curdos afetados, e que receberam tratamento hospitalar, deteteram a presença de PH3, um agente que tem por base a fosfina, usado como inseticida.