Renald Luzier, conhecido por Luz, trabalha há mais de 20 anos no Charlie Hebdo e foi ele que desenhou a imagem da capa da primeira edição do jornal depois do ataque que matou 12 pessoas, representando o profeta com a frase “Je suis Charlie” – “Eu sou Charlie”, a mensagem de solidariedade que correu o mundo em resposta ao ataque terrorista de 7 de janeiro. A caricatura, sob o título “Tudo está perdoado”, disparou a circulação habitual: dos cerca de 60 mil jornais que costumavam ir para as bancas, o polémico semanário passou para cerca de oito milhões nos últimos meses.
“Passar noites em claro, evocando os mortos, a pensar no que Charb, Cabu, Honore, Tignous teriam feito é exaustivo”, explica, em declarações ao jornal francês Liberation. “É demais para suportar”, conclui.
No final do mês passado, Luz anunciava que estava estava “cansado” de desenhar o profeta.