O diagnóstico do autismo infantil é tradicionalmente feito através de testes de interação social e discurso, tornando difícil a identificação da doença antes de a criança começar a falar. No entanto, investigadores norte-americanos acreditam que a interação com uma “equipa” de robôs poderá ser a chave para um diagnóstico precoce e consequente tratamento.
Zeno, por exemplo, consegue manter interações com crianças através de comunicação não verbal, tais como movimentos corporais e expressões faciais. Mas este robô não é usado apenas para diagnósticos. As crianças que sofrem de autismo poderão, por vezes, achar a interação social ameaçadora – fazendo com que se retraiam, mesmo com a própria família. Robôs como o Zeno tornam a comunicação menos complicada e mais confortável para a criança.
Dan Popa , da Universidade do Texas, umas das instituições envolvidas neste projeto, defende que o Zeno é um bom motivador para as crianças, pois ao ser “atraente” e não ameaçador, faz com que as crianças o oiçam. “A ideia é que o robot instrua crianças, lhes dê algumas competências sociais úteis e ao mesmo tempo observe as suas reações e calcule o seu tempo de reação. Esse cálculo poderá formar algum tipo de escala de autismo.”
Zeno tem um irmão, o Milo. Enquanto Zeno é usado em investigações e salas de aulas, Milo foi criado especificamente para trabalhar diretamente com crianças.
Richard Margolin, diretor de engenharia na Hanson RoboKind e parte integrante da equipa que desenvolveu os robots, garantiu, ao britânico The Guardian, que algumas crianças com autismo que nunca haviam falado diretamente com um professor adulto falaram com o Milo.
Milo é bastante parecido “fisicamente” com Zeno, sendo a sua caraterística mais importante a cara expressiva, capaz de minimizar a incapacidade de ler e relacionar-se com as emoções dos outros das crianças autistas.
Zeno e Milo têm ainda mais uns “familiares”: Kaspar foi desenhado no Reino Unido pelo Grupo de Pesquisa de Sistemas Adaptativos da Universidade de Hertfordshire. Tem o tamanho de uma criança pequena e ao contrário de Zeno e Milo, Kaspar tem uma expressão neutra, de forma a que as crianças possam interpretá-lo como quiserem; Nao foi criado em 2006 pela Aldebaran Robotics e está a ser desenvolvido como um robô “doméstico”. Como Kaspar, também Nao tem um cara sem expressão.