Fonte permanente de vida e meio de sustento de grande parte da população, o mar foi, há dez anos, a causa de morte para mais de 35 mil pessoas no Sri Lanka e a desgraca para mais de um milhão de cingaleses que, na manhã de 26 de dezembro de 2004, ficaram sem lares e sem meios de subsistência.
Mas pode, alguma vez, viver-se numa ilha de costas viradas para o mar, encarando o oceano como inimigo? A pergunta ecoou na mente de muitos, há uma década, quando se temeu que essa relação de confiança se tivesse rompido.
Em 2014 é por demais evidente, no Sri Lanka, que as pazes já foram feitas. Os pescadores regressaram ao mar, as crianças correm, ao fim da tarde, para tentar brincar nas ondas, os casais de namorados fazem juras de amor ao verem o sol a por se no horizonte do oceano e as famílias sorriem, em conjunto, quando são surpreendidas por uma rebentação um bocadinho mais estrondosa.
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