Os incidentes foram registados esta madrugada na zona de Tsim Sha Tsui, no extremo sul da península de Kowloon, onde grupos opositores dos protestos tinham organizado uma concentração para pedir o regresso “à normalidade” da antiga colónia britânica, que entra na quinta semana de ocupação das ruas.
A multidão cercou os jornalistas que cobriam o evento, os quais foram chamados de “traidores”, e vários dos profissionais de comunicação de órgãos locais sofreram ataques físicos, de acordo com a agência de notícias Efe.
Uma jornalista da Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK) foi atirada ao chão e um colega da TVB, canal privado de televisão de Hong Kong, foi alvo de socos, refere a agência espanhola.
Segundo a RTHK, quatro jornalistas – da RTHK e da TVB – foram atacados e nenhuma detenção foi realizada até á manhã de domingo.
O protesto foi organizado pela Aliança pela Paz e Democracia, que está contra o movimento pró-democracia iniciado no final de setembro, e que este sábado iniciou uma campanha de recolha de assinaturas para pedir o fim da ocupação das ruas.
A aliança afirma ter recolhido já mais de 300.000 assinaturas e o seu porta-voz, Robert Chow, defendeu que os manifestantes pró-democracia estão a “ignorar o Estado de Direito e a violar a ordem pública”.
Por sua vez, os estudantes e movimento `Occupy Central`, convocaram para hoje e segunda-feira uma votação entre os seus apoiantes para os inquirir sobre as propostas de negociação avançadas pelo governo de Hong Kong nas negociações iniciadas esta semana.
O Executivo de Hong Kong propõe em troca do fim dos protestos a criação de um mecanismo de negociações a longo prazo para debater reformas políticas posteriores às eleições de 2017, quando é eleito novo chefe do Executivo.
O movimento pró-democracia exige o sufrágio universal pleno, contra a decisão de Pequim tomada em agosto, que prevê o sufrágio universal nas eleições de 2017, mas só depois de os candidatos à votação serem pré-selecionados por um comité eleitoral.