Segundo uma reportagem do Wall Street Journal, as denúncias de corrupção entre os profissionais de saúde estão a agravar a tensão naquele que é um dos países mais afetados pela epidemia do Ébola.
Os subornos estão a ser pagos pelos familiares das vítimas do vírus para que os atestados de óbito sejam falsificados de forma a ocultar a causa da morte. A prática é vista com preocupação pelas autoridades de saúde, uma vez que os cadáveres são uma fonte significativa de contágio e é tradição no país que o velório que prolongue por vários dias, sendo o morto tocado e até beijado por familiares e amigos.
Um liberiano ouvido pelo jornal conta ter assistido quatro vezes ao pagamento de subornos nesse sentido. “Às vezes é 40 dólares, às vezes 50”, acrescenta.
Face à epidemia, o Governo da Libéria decretou que o corpo das vítimas do Ébola deverá ser cremado, contrariamente à tradição, para evitar a propagação da doença. O crematório da capital está, atualmente, a incinerar cerca de 60 mortos por dia.