Foram vários os antigos reféns que estiveram à guarda de John que o identificaram depois de ver o vídeo divulgado esta semana pelo Estado Islâmico com a decapitação do jornalista norte-americano James Foley.
“John” ou o “jihadista John” foi reconhecido como o principal negociador do Estado Islâmico na Síria para os casos de sequestros e responsável pela guarda dos reféns estrangeiros no país.
Apesar de o jihadista ter o rosto coberto e estar vestido de preto da cabeça aos pés, dados como o sotaque britânico, os olhos, a altura e as mãos estão a ser usados como pistas para a sua identificação. Os peritos já conseguiram perceber, por exemplo, que é canhoto. Quanto ao sotaque, já foi identificado com a área sudeste de Londres. Com base na voz, os especialistas concluíram ainda que deverá ter menos de 30 anos e que terá estudado no sul de Londres.
A voz de John está também a ser usada para tentar determinar a sua etnia. O linguista Paulo Kersill, da Universidade de York, avançou à CNN que apesar de ser difícil ter garantias sobre a etnia de alguém apenas pela voz, John “não será, provavelmente, britânico branco”. “Pode ser de origem paquistanesa, pode ser de origem somali, pode ser de origem sul americana. É muito, muito difícil dizer”, sublinhou.
As palavras propriamente ditas também são importantes. No entanto, podem ter sido escritas por outra pessoa. “Algumas das construções frásicas não são de um puro nativo”, referiu ainda Kerswill.
Como vídeo a conter também uma ameaça à vida de outro refém norte-americano, Steven Sotloff, os especialistas vão ainda tentar localizar, no espaço e no tempo, a gravação, analisando as condições meteorológicas e as nuvens. À Bloomberg News, um perito explicou que deverá mais fácil identificar o “quando” do que o “onde”, uma vez que o fundo do vídeo é desértico.