Na sua página do twitter, o vice-primeiro-ministro Dmitry Rogozin escreveu que o resultado do concurso “deu uma ideia geral aos defensores da integração europeia do que devem esperar de uma adesão à Europa: uma mulher de barba”.
O nacionalista Vladimir Jirinovski, presidente do Partido Liberal Democrático, também mostrou o seu descontentamento com a vitória de Conchita Wurst. À televisão estatal russa Rossiya-1 disse: “Isto é o fim de uma Europa que ficou completamente louca. Eles têm mais mulheres e homens do que nós lá em baixo mas preferiram apresentar um travesti de barba”, afirmou.
Entre os artistas russos, o resultado do Festival Eurovisão também provocou indignação. A cantora de rap Timati colocou uma mensagem no Instagram onde afirma que “a vitória de Conchita Wurst é demonstrativo da doença mental da sociedade contemporânea”. E acrescentou: “Eu não gostaria de um dia ter de dizer aos meus filhos que dois homens andarem aos abraços ou uma mulher com barba são coisas normais”.
Segundo o site da “Marie Claire”, foi criada, na Rússia, uma campanha nas redes sociais que incentiva os homens a cortarem a barba, porque, após a vitória de Conchita Wurst, “usar barba não mais representa masculinidade”
Na Rússia, a maioria da população rejeita a homossexualidade. Laurie Lessing, uma investigadora norte-americana e autora do livro “A Story of Sex, Self and the Other”, defende que neste existem duas formas de olhar para a homossexualidade: como meros actos que podem ser criminalizados ou tratados.
Em junho do ano passado, Vladimir Putin promulgou uma lei que proíbe a difusão de informações sobre a homossexualidade, com o objectivo de proteger os menores. Desde então, têm sido vários os grupos de direitos humanos a manifestarem-se contra o que consideram ser uma discriminação.