No dia 12 de junho por volta das 21h, quando estiver preparado para assistir ao jogo de abertura do Campeonato do Mundo de Futebol, entre o Brasil e a Croácia, não estranhe se vir um jovem brasileiro paraplégico levantar-se de uma cadeira de rodas, deslocar-se até ao meio campo e dar o primeiro pontapé do jogo.
Poderá até pensar que acabou de presenciar um milagre, mas na verdade será a primeira demonstração pública de um progresso científico e tecnológico do país organizador.
Mas como é que isso é possível? Ora, é tudo graças a um exoesqueleto robótico, controlado pela mente. Isto é, através de umas estruturas metálicas, em forma de membros humanos, que se irão colocar numa pessoa que tenha uma deficiência motora.
Depois, os pés do doente vão assentar numas placas que têm sensores preparados para detetar um contacto com o solo. Quando pisar o relvado, vai disparar um sinal num dispositivo vibratório que estará no braço da pessoa. Esse aparelho vai falsear e enganar o cérebro, fazendo parecer que a sensação veio mesmo do pé, comandando e desencadeando os movimentos.
O aparelho pretende ser uma substituição da tradicional cadeira de rodas, já que é uma extensão do corpo em que, a máquina faz o trabalho dos músculos das pernas.
Os movimentos são suaves e imitam os movimentos humanos, não parecendo robóticos. O aparelho tem uma bateria que permite duas horas de uso e está preparado, também, para evitar que existam desequilíbrios, sendo, apesar disso, equipado com vários airbags.
Os testes têm sido realizados em nove homens e mulheres não só em ambiente de laboratório, como também já foi experimentado em vários jogos de futebol, para se ter certeza que toda a parafernália tecnológica e de comunicações não irá afetar o processo.
As primeiras imagens desta inovação, que está inserida no projecto “Walk Again” (Andar de Novo) desenvolvido por uma equipa internacional de cientistas engenheiros, foram divulgadas na página de facebook de um dos membros, Miguel Nicolelis, e pretende ser vista como um progresso natural para a reabilitação.