O abandono do trono de São Pedro por Joseph Ratzinger causou uma grande agitação mundial e obrigou o Vaticano a resolver sete grandes questões, analisadas pelo El Mundo.
O título
O primeiro problema foi o título. Bento XVI participou diretamente nesta questão e após horas de reflexão e consulta pediu ao Vaticano para ser chamado “Papa emérito” ou “Pontífice romano emérito”. O título de Sua Santidade e o nome Bento XVI vão ser mantidos pelo Papa resignatário.
A residência
Ratzinger deixou o Vaticano e foi para Castel Gandolfo, a residência estival dos papas, a 25 quilómetros a sul de Roma. Apenas após dois ou três meses é que deverá voltar ao Vaticano, para um convento. Os seus aposentos papais foram, entretanto, selados.
A vestimenta
Uma simples batina branca vai ser a nova vestimenta de Bento XVI. Os sapatos roxos vão ser substituídos pelos vermelhos fabricados em Léon, no México. O jornal The Wall Street Journal perguntou ao Vaticano se Sua Santidade alguma vez tinha calçado a marca Prada. A resposta foi negativa.
O anel e o selo papal
Um dos problemas mais mediáticos diz respeito ao anel e ao selo papal. O Anel do Pescador usado pelos papas é, tradicionalmente, destruído com um martelo de prata, uma vez que serve também como selo e, assim, se evita o perigo de ser usado por outra pessoa. No caso de Bento XVI, que tinha o selo à parte, o anel foi riscado para o “inutilizar”, segundo o porta-voz do Vaticano.
Dois dirigentes ao mesmo tempo
A controvérsia de ter dois dirigentes em simultâneo foi um perigo tido em conta pela Igreja Católica. O próprio Ratzinger entendeu que o isolamento era a melhor solução. No seu retiro vai disfrutar da leitura, da escrita, das comédias a preto e branco, do piano e da companhia dos seus gatos, principalmente da gata Contessina.
Redes sociais
A sua presença nas redes sociais foi também afastada. A sua conta de twitter “@Pontifex”, que tinha sido posta em marcha há pouco tempo, chegou aos trinta tweets escritos por Bento XVI. O Vaticano decidiu aconselhar os fiéis a seguir a conta “@TerzaLoggia”, do secretário de Estado, Tarcisio Bertone, que tomou as rédeas da situação.
Dinheiro e saúde
Por fim, há que ter em conta o seguro médico privado do Vaticano. Ficou decidido que o Pontífice continuará a estar coberto e a ser visto pelos mesmos médicos e enfermeiras que o têm acompanhado durante oito anos. A nível de sustento, não vai faltar nada a Sua Santidade. Apesar de não haver um plano de reforma para papas, cada diocese garante a subsistência económica.