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O aviso britânico é claro: Assim que o fundador do Wikileaks puser um pé fora da embaixada do Equador será detido e extraditado para a Suécia, o que faz com que, para já, o asilo político que lhe foi concedido quinta-feira por aquele país não tenha efeitos práticos e Assange continue a viver no seu refúgio diplomático.
Conta quem já o visitou, que o australiano, de 41 anos, dorme numa cama instalada num escritório do apartamento com 10 divisões, praticamente colado ao luxuoso Harrods.
“Não é bem o Hilton”, comenta Gavin MacFadyen, um apoiante de Assange, em declarações à Associated Press. Mas tem telefone e Internet, acesso a um chuveiro e a uma kitchnet e ainda uma passadeira onde pode fazer algum exercício.
Segundo a mãe, Christine Assange, os amigos que o visitam “põem música e incitam-no a dançar com eles.” Mas a progenitora não esconde a preocupação com a saúde do filho, sobretudo com os sérios níveis de stress que lhe notou no mês passado, depois de semana de reclusão na embaixada equatoriana e mais de 18 meses de batalhas legais.
Um professor de psicologia da Universidade de Lancaster, Cary Cooper, encontra razões fortes para esse stress: “Ele está preso numa terra de ninguém”. “Uma das coisas que provoca mais stress às pessoas é não ter qualquer controlo. E ele não tem nenhum. O controlo está nas mãos de outras pessoas: o governo britânico, o governo equatoriano. Não nas dele”, conclui.
Recorde-se que Assange foi detido em Londres em dezembro de 2010, a pedido da Suécia, desde quando passou a ter de se apresentar diariamente à polícia e usar pulseira eletrónica. Durante mais de um ano viveu nestas condições numa casa rural de um apoiante do Wikileaks.