O Boeing 747 da Air Canada sobrevoava o oceano Atlântico, a mais ou menos meio caminho entre Toronto e Zurique, com 95 passageiros a bordo, quando o co-piloto precipitou o avião numa queda de 400 metros, numa manobra que entender adequada para se desviar do que lhe parecia um perigo iminente.
O po-piloto tinha acabado de acordar de um repouso de 75 minutos (em vez dos 40 recomendados), quando o comandante do avião fez referência a um aparelho da força aérea norte-americana. Mas, ainda sob os efeitos da “inércia do sono”, considerou que uma luz que estava a ver se tratava desse mesmo avião em rota de colisão. Não era. Era o planeta Vénus, mas, quando se apercebeu disso, já tinha empurrado energicamente o controlo do aparelho, precipitando-o numa queda de 400 metros, a pique.
Ficaram feridos 14 passageiros e dois tripulantes que não tinham o cinto de segurança apertado, apesar de o sinal nesse sentido estar ligado. Com a descida abrupta, bateram com a cabeça no teto para, segundos depois, serem atirados para o chão, quando o comandante repôs o avião na altitute devida.
A sesta dos pilotos – ou “repouso controlado” – está prevista no âmbito das medidas para reduzir a sua fadiga e aumentar a capacidade destes profissionais para estarem alerta durante as fases críticas do voo. O período de descanso deve ter um máximo de 40 minutos e terminar sempre, no mínimo, 30 minutos antes do início da descida para aterragen.
O incidente ocorreu em janeiro do ano passado, mas só este semana, concluída a investigação, as autoridades canadianas para a aviação divulgaram o relatório.