Quando se pensa em problemas cardíacos, não é costume associá-los a jovens desportistas. Mas a verdade é que, nos últimos anos, se têm multiplicado os casos de paragens cardíacas em jogadores de futebol. Toda a gente se recorda de casos como Miklos Fehér ou Marc-Vivian Foé, que não contaram com um final feliz.
No mais recente caso, de Fabrice Muamba, as notícias são boas. O jovem jogador, de 23 anos, sofreu uma paragem cardíaca, no sábado, ao minuto 42 do embate entre o Bolton e o Tottenham para a Taça de Inglaterra. De acordo com um amigo, Curtis Codringhton, o jogador do Bolton já murmurou algumas palavras em inglês e francês. O Bolton já tinha emitido um comunicado, a dizer que o coração do jogador já batia sem auxílio de medicação e que Muamba já mexia os braços e as pernas.
Que relação podemos então encontrar entre os desportos e os problemas cardíacos? Algumas pesquisas sugerem que pessoas que têm problemas hereditários têm o dobro de possibilidades de sofrer ataques cardíacos se praticarem desportos de competição.
O médico cardiologista e assessor da Federação Inglesa de Futebol, Leonard Shapiro, diz que é difícil precisar o que desencadeia um ataque. “Há uma predisposição em alguns indivíduos de ter um ataque cardíaco quando estão sob alto stress físico e emocional”, afirma.
No futebol, muitos jogadores fazem exames aos 16 anos e são examinados regularmente ao longo da carreira. Quando um problema é detetado, é comum eles abandonarem a carreira de desportista. No entanto, os exames não são garantia de que uma anomalia seja descoberta.