É o maior escândalo de sempre em França envolvendo a cirurgia plástica. Ao longo dos últimos dez anos, mais de 30 mulheres submeteram-se a intervenções cirúrgicas para aumentarem o tamanho dos seios, acabando por receber implantes fabricados com silicone não apropriado para o fim, o que permitia lucros gigantescos ao fabricante. O material em causa é usado normalmente em compomentes eletrónicos.
O escândalo rebentou já no ano passado, quando se descobriu que a Poly Implant Prosthesis (PIP), até então uma das companhias líderes a nível mundial no setor, tinha conseguido poupar mil milhões de euros por anos ao usar silicone industrial nos implantes. Também o revestimento dos implantes era de fraca qualidade, tornando-o mais propenso a rebentar. A empresa fechou e enfrenta as acusações de mais de 2 mil mulheres e ainda uma investigação judicial por homicídio involuntário, na morte de uma mulher, com cancro.
Mas, esta quarta-feira, as mulheres afetadas sairam, pela primeira`vez, à rua para exigir ação do Estado. Numa manifestação em frente ao ministério da Saúde, as vítimas defenderam que o Estado devia pagar a totalidade das cirurgias para remover os implantes.