O primeiro-ministro de Itália, Silvio Berlusconi, apresentou sábado à noite formalmente a sua demissão ao presidente da República, Giorgio Napolitano, que a aceitou, informou a presidência italiana.
O anúncio foi recebido com aplausos pelas pessoas que nas últimas horas se juntaram em frente do palácio presidencial a aguardar o anúncio da demissão, que põe fim a uma era política de 17 anos em Itália.
Milhares de italianos juntaram-se em frente do Parlamento, da sede do governo e da presidência para festejar o anúncio da demissão de Silvio Berlusconi.
Gritos de “liberdade, liberdade” e “Viva Itália” ouviram-se na praça do Quirinal, sede da presidência da República, cerca das 21:45 locais, quando foi anunciada a saída do poder de Berlusconi, celebrada também com a abertura de garrafas de champanhe.
Nos minutos que se seguiram, as ruas do centro da capital italiana foram invadidas por milhares de pessoas e automóveis.
Berlusconi, 75 anos, assumiu na terça-feira o compromisso de se demitir depois de o Parlamento aprovar a lei do Orçamento para 2012, que inclui as reformas económicas exigidas pela União Europeia, aprovação que ocorreu hoje à tarde.
Considerado “um dos últimos Moicanos da política europeia”, Silvio Berlusconi, à semelhança do socialista grego George Papandreou, não resistiu à pressão da crise e escalada de juros da dívida italiana nos mercados e acabou afastado do poder.
Num comentário aos acontecimentos na Grécia e Itália, o jornal Financial Times (FT) escreveu que “os dirigentes da zona euro decidiram suspender a política normal em dois países porque a consideram uma ameaça mortal à união monetária da Europa”.