. A directora-geral da OMS, Margaret Chan, disse, em Genebra, (Suíça) que o surto de gripe suína teve origem “na estirpe animal do vírus H1N1, que tem potencial pandémico”.
Os EUA lançaram, também, um alerta sobre alta perigosidade do vírus e as autoridades portuguesas dizem que estão a acompanhar a evolução do problena.
“Trata-se claramente de um vírus animal que se transmitiu ao Homem, e isso tem um potencial pandémico porque está a infectar pessoas”, disse Margaret Chan, acrescentando que a situação está a “evoluir muito rapidamente”.
Margaret Chan acrescentou que ainda é cedo para afirmar se vai ou não ocorrer uma pandemia e recomendou aos países em todo o mundo que vigiem o surgimento de surtos semelhantes aos descobertos nos dois lados da fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Apesar de a OMS ainda não ter declarado o alerta de epidemia, a directora-geral da OMS considerou tratar-se de “uma situação muito grave que deve ser vigiada de perto”.
A responsável da agência das Nações Unidas para a saúde confirmou que ainda hoje se reunirá em Genegra o comité se emergência da OMS para “examinar uma série de questões e possivelmente emitir recomendações temporárias para salvaguadar a saúde pública”.
Chan, que sexta-feira regressou antecipadamente de uma visita aos Estados Unidos, afirmou que não foram identificados surtos da doença fora do México e Estados Unidos.
A responsável assinalou ainda que pediu a todos os países para avisarem “de imediato” a OMS caso sejam detectados casos anormais de pneumonia ou de gripe fora da estação habitual ou nos grupos habitualmente mais afectados como idosos e crianças.
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA dise, hoje, que há um novo tipo de vírus da gripe que se está a espalhar fortemente e pode ser difícil de ser contido.
“Claramente está a espalhar-se e não temos como conter esse contágio”, disse Anne Schuchat, numa conferência de imprensa.
A Direcção-Geral de Saúde (DGS) portuguesa afirmou, em comunicado, que “não há, até ao momento, conhecimento de qualquer caso em Portugal ou na Europa”, salientando que, “em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, estão a ser accionados os dispositivos previstos” para identificar eventuais situações.
A DGS explica que esta gripe se transmite “por via aérea de pessoa para pessoa através de gotículas, espirros, tosse ou outros contactos próximos”, mas que se pode ingerir carne de porco, porque se trata de “uma gripe humana e não de um problema veterinário”.
Os médicos já foram informados sobre medidas a tomar perante eventuais casos desta gripe e a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) tem orientações no sentido de esclarecer os viajantes com dúvidas sobre estados gripais.
Esta linha deve ser contactada também por portugueses que tenham regressado há pouco do sul dos EUA e México, ou que tenham tido contacto próximo com qualquer pessoa afectada.
A directora-geral da OMS, Margaret Chan, assinalou que neste surto de gripe suína o grupo mais afectado são os jovens adultos saudáveis e desmentiu rumores de que númerosos trabalhadores sanitários tivessem sido contagiados.
“No México há dois trabalhadores sanitários que contrairam a doença e os nossos especialistas estão a estudar com as autoridades mexicanas em que circunstâncias ocorreu”, disse
No México, a OMS registou até 23 de Abril 850 casos de pneumonia, dos quais 59 resultaram em morte. Um total de 18 casos foi confirmado laboratorialmente como resultado da gripe suína.
Mas as autoridades mexicanas admitem que possam ser mais, aguardando os resultados de mais exames.
As escolas, as universidades, os museus e os teatros foram encerrados na cidade e no Estado do México, onde as pessoas são aconselhadas a evitar o metropolitano, abraços e apertos de mão.
Foram ainda detectados casos humanos de gripe suína nos Estados do Texas e da Califórnia, que fazem fronteira com o México.
Nos Estados Unidos, são já oito as situações não mortais registadas.
O vírus da gripe identificado é contagioso e raro, transmitindo-se directamente do porco para o Homem ou para as aves e, destas, para as pessoas, que o propagam a outras.