Àboleia do crescimento económico e da aceleração da inflação, a receita fiscal do Estado por conta do IRC atingiu o montante máximo de 8,7 mil milhões de euros em 2023. No final deste ano, poderá alcançar um novo recorde. Os dados da execução orçamental mostram que, até julho, o encaixe com o imposto sobre os lucros das empresas superava em 36% o valor alcançado no mesmo período no ano anterior, atingindo já 85% da receita estimada para todo o ano de 2024. Num encontro recente com jornalistas, especialistas da Deloitte Tax admitiram que a receita venha a ultrapassar a barreira dos 10 mil milhões de euros no final do ano.
O IRC é o terceiro maior imposto em Portugal, a seguir ao IVA (24,3 mil milhões de euros em 2023) e ao IRS (18,4 mil milhões de euros), mas o seu peso na carga fiscal é relativamente baixo. Em média, representa 9% do valor dos impostos totais arrecadados pelo Estado. De acordo com dados do Portal das Finanças, são as grandes empresas as que mais contribuem para o IRC: apenas 5% pagam 65% do total da receita arrecadada pelo Estado.