O nome Teresa Ter-Minassian dirá pouco a muitos portugueses. Causará, contudo, alguns arrepios em certas elites políticas e económico-financeiras. Mas esta macroeconomista, de origem italiana, há muito a viver em Washington, tem uma grande ligação afetiva a Portugal, ao ponto de considerar o País “quase uma segunda pátria”. A base desta “grande amizade” não tem boas razões: Ter-Minassian foi a chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que, em 1983, intervencionou, pela segunda vez, o País.
“A primeira vez que visitei Portugal, em 1979, tive a impressão de que este era quase um país do terceiro mundo! Venho da Itália menos desenvolvida, nasci em Basilicata, uma região pequena no Sul. Portugal parecia Melfi, a pequena cidade onde nasci e cresci, e estava bem atrasado”, recorda, em conversa com a VISÃO, durante a mais recente estada em Portugal, que a fez visitar Lisboa e Porto. Nesse ano, Portugal vivia a ressaca da primeira intervenção, em 1977, do FMI, quando a inflação alcançava os 20%, o desemprego aumentava e o escudo desvalorizava a galope.