Citado num comunicado, o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) destaca que a presença portuguesa na MICAM “é da maior importância para retomar os negócios” e “um sinal de esperança” de que estará perto a “tão desejada normalidade”.
“A MICAM é a principal feira do setor e é muito relevante para as empresas portuguesas de calçado e marroquinaria, uma vez que reúne os maiores ‘players’ do setor a nível mundial”, salienta Luís Onofre.
De acordo com a APICCAPS, “ainda que os dados internacionais apontem para uma recuperação plena do calçado a nível mundial apenas em 2023”, após o forte impacto sofrido com a pandemia de covid-19 (que provocou uma queda do consumo de calçado na ordem dos 20% a nível mundial), “no caso português, o último trimestre do ano [2021] superou já as melhores previsões”.
A indústria portuguesa de calçado exportou 1.676 milhões de euros no ano passado, mais 12% face a 2020 e 6% abaixo de 2019, tendo o último trimestre sido já “o melhor de sempre” (mais 6% do que em 2019) do setor nos mercados internacionais, para onde exporta mais de 95% da sua produção.
Apostada em manter o ritmo da recuperação, o calçado português apresentou na passada terça-feira uma nova campanha de promoção internacional, na qual os atores Albano Jerónimo e Anabela Moreira protagonizam alguns dos quadros mais emblemáticos de seis pintores portugueses de referência: Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Afonso Viana, José Malhoa, Júlio Pomar e Paula Rego.
Sob o mote ‘Pode a indústria ser uma forma de arte?’ a APICCAPS propõe-se, com esta nova campanha, “reforçar a premissa de que a indústria é uma aliada dos artistas e, juntos, criam momentos únicos e objetos de desejo”.
Para Luís Onofre, “estas campanhas pretendem, mais do que elogiar o talento nacional e retratar uma identidade, abrir uma porta para o exterior”: “Na sua génese, pretendem valorizar a herança do passado e do que fazemos melhor, para que esta qualidade e beleza sejam apreciadas por todos, num mundo cada vez mais rápido e instável, e se cruzem com outros talentos e culturas, sejam um exemplo do que continua e perdura e encanta, mas sempre a aperfeiçoar-se em direção ao futuro”, explica o dirigente associativo.
Considerada a maior feira de calçado do mundo, a MICAM esteve inicialmente agendada para de 20 a 22 de fevereiro, mas, por razões de segurança relacionadas com a pandemia, a organização decidiu, em meados de janeiro, adiar a edição para março.
Desta forma, explicou na altura, será possível facilitar as viagens entre países e maximizar as oportunidades de negócio geradas pelo evento: “Esperamos que, em março, o cenário seja mais fácil, permitindo que os compradores vindos de países fora da UE [União Europeia] respondam aos requisitos de segurança adotados pelo Governo italiano”, referiu, então, a organização em comunicado.
Sob o mote #BetterTogether, esta edição da MICAM mantém o formato de três dias adotado na última edição (em vez dos habituais quatro), devido à pandemia, e apresentará as propostas para o próximo outono-inverno 2022-2023. O horário será alargado (até às 19:00 nos primeiros dois dias do evento e até às 18:00 no terceiro dia).
O presidente da Assocalzaturifici (associação italiana da indústria de calçado) e da MICAM, Siro Badon, avança que, nesta edição, a feira terá uma maior oferta de produtos: “A próxima edição da MICAM estará de volta para dar um novo impulso ao mercado, graças à sua ampla oferta”, destacou.
Na próxima edição, agendada para de 18 a 21 de setembro, a feira voltará ao formato de quatro dias.
A presença na MICAM insere-se na estratégia promocional definida pela APICCAPS e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), com o apoio do Programa Compete 2020, e visa consolidar a posição relativa do calçado português nos mercados externos.
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