Hélia Gil tem 38 anos e é assistente de back office. Passa os dias ao telefone com entidades públicas para tentar agilizar licenciamentos de telecomunicações. Um trabalho muito distante do seu curso de Comunicação Social e do mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais. Tem um salário bruto de €635 por mês, mais subsídio de alimentação. Vive das poupanças e da ajuda dos pais.
A história de Hélia é a de muitos portugueses integrados na “geração mais qualificada de sempre”, mas cujos salários estão praticamente estagnados há duas décadas. O debate sobre remunerações é frequentemente demasiado centrado no salário mínimo nacional (SMN) ou em generalidades sobre o crescimento e a produtividade. O que explica a desilusão dos últimos anos e o que pode ser feito no futuro para melhorar a situação? Numa altura em que a economia ainda está a sair da crise pandémica e a inflação começa a cavalgar, pode não haver muitas perguntas mais relevantes.
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