O ministro da Economia e Finanças de Moçambique admitiu hoje em Maputo que o conflito armado na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, vai obrigar o Governo a uma “reorientação de recursos” visando suportar “o esforço da guerra”.
“Um dos problemas que temos é reorientar os poucos recursos para o esforço de guerra”, afirmou Adriano Maleiane, em declarações à margem de um encontro com os deputados da Comissão do Plano e Orçamento (CPO) da Assembleia da República.
Maleiane assinalou que o executivo deve “inventar” para encontrar uma margem de financiamento das Forças de Defesa e Segurança num contexto de escassez de meios.
“Já os poucos recursos que estamos a dar para as áreas sociais não chegam e temos de inventar, que é o termo, mais recursos para a guerra. De facto, isso é muito mau”, salientou o ministro da Economia e Finanças.
A guerra em Cabo Delgado, prosseguiu Adriano Maleiane, está a provocar danos para a economia do país e para as famílias.
“É mau em todos os aspetos [que Cabo Delgado esteja em guerra], não há guerra nenhuma que faça bem à economia”, destacou Adriano Maleiane.
A província costeira mais a norte de Moçambique, que faz fronteira com a Tanzânia, enfrenta uma crise humanitária com mais de mil mortos e 250.000 deslocados internos após três anos de conflito armado entre as forças moçambicanas e rebeldes, cujos ataques já foram reivindicados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, mas cuja origem continua por esclarecer.
PMA // LFS