A Lufthansa alertou hoje que estão em perigo até 22.000 empregos em tempo integral na companhia aérea alemã, numa reunião com os principais sindicatos para negociar um programa de corte de custos.
O objetivo da companhia aérea é reduzir ao máximo os despedimentos, recorrendo a iniciativas como a redução da jornada laboral e outras medidas de poupança, segundo o administrador Michael Niggeman, citado pelos media alemães.
“Sem uma redução significativa dos custos de pessoal durante a crise perderemos a oportunidade de sair da crise com um reinício melhor e arriscaremos que o grupo Lufthansa saia claramente debilitado da crise”, afirmou Niggeman.
Em comunicado, o sindicato do pessoal de cabine UFO sublinhou que, para o setor aéreo, “o reinício bem sucedido” carece de alternativa, destacando que para isso a Lufthansa deve mudar de atitude.
“Os trabalhadores de todas as operadoras do consórcio devem estar protegidos contra o despedimento e poder ter fé de que a direção está disposta a empreender um rumo conjunto”, referiu o represante do UFO, Nicoley Baublies, no final da ronda de negociações.
Tanto sindicatos como a entidade patronal aspiram chegar a um acordo antes de 25 de junho, altura em que decorre a assembleia-geral extraordinária de acionistas da Lufthansa para decidir sobre o resgate da companhia aérea, que já foi aprovado pela administração do grupo.
O plano de resgate acordado com o Governo alemão e renegociado com a Comissão Europeia prevê que o grupo aéreo, fortemente afetado pela pandemia do novo coronavírus, receba 9.000 milhões de euros em ajudas, sendo que em troca o Estado alemão tornar-se-á acionista maioritário.
A Lufthansa deixará de estar cotada na bolsa de Frankfurt (DAX) a partir de 22 de junho devido à drástica desvalorização das suas ações, depois de registar no primeiro trimestre perdas líquidas de 2.100 milhões de euros.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 412 mil mortos e infetou quase 7,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.
ALU // MLS