As imagens televisivas da Black Friday (sexta-feira negra) nos Estados Unidos da América são sempre desconcertantes. No dia dos grandes descontos, a sexta-feira que se segue ao feriado do Dia de Ação de Graças, dá-se uma espécie de “guerra civil”, com os americanos a empurrarem-se, a pisarem-se e até a esbofetearem-se uns aos outros, na ânsia histérica de apanhar as melhores pechinchas.
Por cá, ainda não chegámos a tanto, mas lá iremos. Esta tradição norte-americana importada, que celebra a fúria consumista em todo o seu esplendor, vai ganhando cada vez mais adeptos em Portugal.
Com descontos entre os 20% e os 50%, pequenos lojistas e grandes marcas assinalam o dia que os portugueses vão aproveitando, na tentativa de poupar algum dinheiro com as prendas de Natal.
Mas afinal, como é que tudo isto começou?
Reza a história do consumo que o termo Black Friday foi usado pela primeira vez, nos EUA, no século XIX, quando o corretor Jay Gould, conhecido como o “mefistófeles de Wall Street”, e o financeiro James Fisk (“Big Jim” para os amigos ou “Barão ladrão” para o resto das pessoas), engendraram um esquema para distorcer o mercado do ouro. Descoberta a maquinação, o preço do ouro caiu a pique, dando origem ao pânico bolsista que ficou conhecido como a Black Friday de 24 de setembro de 1869, que levou muitos investidores à falência.
Daí a ter termos uma Black Friday com o título de maior dia de compras do ano, passou mais de um século. Mas não é, no entanto, o único dia do ano a despertar os nossos instintos consumistas. Aqui ficam os números de mais três:
Cyber Monday (26 de novembro)
É a reação dos comerciantes cibernéticos à Black Friday. Na segunda-feira seguinte, é a vez dos sites de compras online fazerem as suas promoções.
Dia dos solteiros (11 de novembro)
O site de comércio eletrónico Alibaba vendeu 27,4 mil milhões de euros em produtos num só dia. Foi a 11 de novembro deste ano, data celebrada pelos chineses como o Dia dos Solteiros.
Dia dos Namorados (14 de fevereiro)
Os portugueses compram até 30 vezes mais rosas neste dia do que num “dia normal”. E gastam entre duas e oito vezes mais num jantar a dois, fora os presentes – em 2015, um inquérito do Odisseias concluía que a média é um gasto entre 20 a 50 euros e prendas.