Maria Cândida Rocha e Silva, a primeira mulher portuguesa a trabalhar no mundo da corretagem e que se lançou na banca privada de investimento, é hoje uma banqueira satisfeita. Num “tempo de desânimo”, em que “tudo parece correr mal” no meio financeiro português, com “despedimentos e fecho de balcões”, o “seu” Banco Carregosa rema contra a maré, “ganha sustentabilidade” e dá mais um passo na expansão da sua atividade: vai criar um serviço específico para um público que demonstra ter potencial de poupança e investimento, num segmento jovem e fortemente tecnológico.
“Os nossos números indicam que há pessoas que captaram poupanças e que querem agora indicações do rumo a tomar nos seus investimentos, numa lógica de proximidade. Nessa lógica, temos uma agilidade e flexibilidade que outros bancos não terão”, avançou Maria Cândida, presidente do conselho de administração do Banco Carregosa à VISÃO, que prevê “captar, até ao final do ano, 150 milhões de euros” em ativos junto deste público-alvo. “Os objetivos estão a ser conseguidos e, até, ultrapassados. O espírito é muito positivo.”
A criação desta nova área de negócio coincide com a inauguração de novas instalações, nas traseiras do edifício sede na Avenida da Boavista, bem como a criação de uma nova marca e identidade, tendo sido contratada uma equipa exclusiva de 10 profissionais para o efeito. Nos últimos dois anos, aliás, a expansão da atividade do Carregosa implicou a contratação de 53 elementos.
A expansão será ainda acompanhada de um site destinado especificamente a este segmento, possibilitando, além do acompanhamento presencial, uma assistência à distância. Em breve, será também possível abrir uma conta por vídeo-conferência.
O foco do Banco Carregosa – sucedâneo de uma casa de câmbio criada em 1833 – tem sido os particulares com alto património. Numa lógica de “private banking”, vigora o aconselhamento presencial, quase feito à medida para cada aforrador, muitas vezes inserido numa estrutura muito familiar.
Também as empresas de gestão familiar, confrontadas agora com a necessidade de reforçar capital e a entrada de novos acionistas, têm recorrido ao Carregosa, que proporciona um aconselhamento “corporate” e integrado.
Agora, o alvo são aqueles que não têm ainda o património suficiente para usufruir do “private banking”, mas que têm o potencial para lá chegar.
Mais de 50% do capital do Carregosa está concentrado num núcleo duro de administradores e família de Maria Cândida, sendo que Américo Amorim é um dos acionistas, com pouco menos de 10%.