O estado-maior da Altice vai estar reunido na próxima semana na Rua Engenheiro José Ferreira Pinto Basto, em Aveiro. É aí que se situa a sede da PT Inovação, prestes a converter-se no centro das operações de Investigação & Desenvolvimento da multinacional francesa – um projeto que dará pelo nome de Altice Labs.
Ora, é precisamente para apresentar publicamente esse projeto que o topo da cadeia hierárquica da multinacional francesa se deslocará a Portugal.
Mesmo que involuntariamente, a presença simultânea, na quarta-feira, 20, de Patrick Drahi (chairman da Altice), Armando Pereira (chairman PT), Max Blumberg (responsável pela área tecnológica da Altice), Paulo Neves (presidente executivo da PT) e do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, não deixará de ser uma homenagem ao engenheiro aveirense que dá o nome àquela rua. Pioneiro da computação automática, ali instalou, em 1950, o Grupo de Estudos de Computação Automática, que em 1999, daria origem à PT Inovação, a âncora tecnológica da PT. E agora ao centro de operações da Altice Labs em vários países.
Os novos donos da Portugal Telecom (PT), já tinham anunciado, em novembro de 2015, a conversão de Aveiro como “centro de guerra da Altice Labs”.
Nessa altura soube-se que, coordenado a partir de Aveiro, o projeto Altice Labs vai reunir cerca de um milhar de engenheiros em “ecossistemas abertos de inovação e parcerias estratégicas”. Tanto quanto foi anunciado, trata-se de autênticos laboratórios que funcionarão em França Israel e República Dominicana e, posteriormente nos Estados Unidos, onde a Altice já recebeu luz verde dos reguladores para comprar por 9 100 milhões de dólares (cerca de € 8 300 milhões) a operadora de cabo Suddenkink e onde ainda estará pendente a aquisição, por 17 700 milhões de dólares (perto de €16 200 milhões), da Cablevision Systems.
Com essa coordenação, Portugal pode manter-se na categoria de países que José Ferreira Pinto Basto classificaria como “tecnologicamente” evoluídos: aqueles que não se limitam a ter acesso a tecnologias aperfeiçoadas, mas que são capazes de as criar.
Um exemplo recente disso foi a criação pela PT Inovação da tecnologia de fibra ótica NG-PON2, que permite velocidades de transferência de dados de 40 gigabits por segundo, contra os 2,5 da fibra ótica tradicional.