No texto publicado no mesmo dia em que os ministros das Finanças da zona euro estão reunidos, em Bruxelas, Yanis Varoufakis escreve que alguns comentadores pensaram que, devido ao seu trabalho académico sobre a teoria dos jogos, estava a fazer “bluff” com os parceiros europeus da Grécia.
“Se há uma coisa que aprendi é que seria uma loucura ver as conversações como um jogo, em que se ganha ou perde por “bluff” ou subterfúgios táticos”, afirmou.
Varoufakis afirmou estar convencido de que só há uma opção: “apresentar honestamente os factos sobre a economia social da Grécia” e as propostas para regressar ao crescimento, explicar que são do interesse da Europa e anunciar as linhas vermelhas que a lógica e o dever impedem de ultrapassar.
“Essas linhas não serão ultrapassadas”, escreveu.
Segundo Varoufakis, essa é “a grande diferença” entre este e os anteriores governos gregos. “Vamos bater-nos contra os interesses poderosos e não vamos deixar que nos tratem como uma colónia da dívida que tem apenas o que merece”, afirmou.
Atenas quer lançar em breve um programa “humanitário” para os gregos mais afetados pela crise.
Varoufakis lembrou que o novo governo pede “alguns meses de estabilidade financeira que permitam lançar as reformas para o regresso ao crescimento e ponham fim à impossibilidade de pagar as dívidas”.
Os ministros das Finanças da zona euro têm hoje uma reunião considerada decisiva para um entendimento entre a Grécia e os parceiros europeus sobre o programa de assistência financeira a Atenas, que expira no final do mês.