Nos bastidores do imobiliário nacional, o negócio é tido como o maior investimento individual, até agora feito no setor, via programa dos vistos dourados: em outubro passado, um milionário chinês adquiriu uma moradia na seleta Quinta da Marinha, em Cascais, e três apartamentos de luxo no Estoril, no mesmo concelho. Pelas quatro aquisições, desembolsou três milhões e 650 mil euros. O milionário, na casa dos 50 anos e que exigiu o anonimato, confidenciou, ainda assim, que pretende “trazer a família para a Europa”, a partir de Portugal. Ele próprio andará entre Lisboa e a China, gerindo os seus negócios.
Como muito desejado prémio, o dono do golden visa e familiares ganham um livre trânsito para circular nos 26 países do Espaço Schengen. A obtenção do visto gold (ou Autorização de Residência para Atividade de Investimento) obriga, entre outros procedimentos, a que o candidato faça prova de que vai adquirir, em Portugal, imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros, ou de que efetuará uma transferência de capital, para o nosso país, de um milhão de euros, no mínimo.
Numa contabilização recente, os chineses, com 399 autorizações, já representavam mais de três quartos dos 471 beneficiários dos vistos gold, que tinham investido cerca de 307 milhões de euros.
