No livro COMO SAIR DA CRISE ‘B’ detalho como os ciclos económicos voltam, como já se pode predizer quando virão e o que fazer para reduzir o seu impacto. Nada de novo, esta crise foi prevista em 2001 pelo Nobel Joe Stiglitz, eu alertei em jornais em 11 de Novembro de 2004 e detalhei em Abril de 2005, mas os políticos ouviram a banca estrangeira e não os especialistas.
Há décadas que os políticos da UE só ouvem os poderosos grupos económicos que lhes financiam as campanhas eleitorais. Já Lincoln o dizia no Congresso dos EUA, há 200 anos. Com o advento da TV a eleição de cada deputado custa 250 mil euros. Muitos recebem chorudos salários para defender o interesse de quem os patrocina, não o nosso. Se assim fosse, teriam negado as facilidades que a banca dos grandes da UE nos ofereceu para importarmos os seus produtos. Usaram-nos para consumir bens supérfluos da França, Alemanha, e quando de outros países, era pela banca destes e da Inglaterra.
O Euro, que parecia lógico e ideal, passou a ser o novo instrumento da escravatura, ao nos impedir modernizar; matou a nossa agro-indústria e assim a produção rural. E, há anos que mata as nossas, antes fortes, indústrias de têxteis, calçados, cablagens e de mobiliário.
Já entramos na maior recessão de sempre. Pois ela é estrutural. Alguns sectores que mereciam crescer há 30 anos, como o da construção e obras públicas, parcialmente financiados lá fora, não aceitam voltar à dimensão normal. Outros sectores, como o farmacêutico, o das telecomunicações, o dos transportes, são cartéis que por cá cobram 30 a 60% mais do que na UE. O sector alimentar põe aqui 37% mais de gordura, 40% mais de sal e 70% mais de açúcar que nas suas fábricas na UE. Pois são os seus proprietários que também detêm a maioria dos votos nas Assembleias Gerais das indústrias farmacêuticas. Primeiro nos vendem aditivos e produtos maléficos para criar obesidade, alta pressão e outras doenças. Depois nos fazem pagar mais impostos para o governo subsidiar os remédios que eles fazem para nos curar das doenças crónicas por eles causadas; quando há medicina alternativa e dietas quase sem custos.
E o que fazem os governos da UE? Primeiro obrigam-nos, como na Irlanda, a aceitar, sem referendo, um terrível Tratado de Lisboa, que é uma Constituição, que permite à Alemanha, França, etc, nos impor as regras que querem. Agora, tiram dos mais pobres para pagar altos juros à especulação. Por que não uma moratória? Mudemos o modelo económico! Onde há cartéis, sem democracia económica e governos que não governam, não há democracia!
*Autor de Empreender Turismo de Natureza e Como Sair da Crise