O dinheiro pago pelos espanhóis representa 14% mais do e empresa português valia em bolsa, antes da primeira oferta da Telefónica.
Mesmo abrindo mais os cordões à bolsa, a Telecom espanhola consegue aquilo que há muito desejava: uma posição de clara liderança nas telecomunicações brasileiras. E Sócrates, tão criticado pelo recurso à
golden share, acaba por tornar-se uma figura fulcral num negócio que soube capitalizar politicamente. O Primeiro Ministro fez questão de frisar que a utilização da
golden share permitiu ganhar tempo e… dinheiro. Os espanhóis vão pagar mais 350 milhões de euros pelo controlo da Vivo. E o adiamento do negócio revelou-se essencial para a PT negociar a entrada no capital da Oi.
O que ganha a PT com esta troca? Além do dinheiro, entra com o pé direito no mercado da banda larga brasileiro, pois a Oi, também com capitais públicos, será ponta de lança no programa do Governo de Lula para a banda larga. Mas também existem desafios e obstáculos nesta nova vida brasileira. A Oi surge na quarta posição do ranking do móvel e, aí, há muito trabalho a fazer. A PT tem obrigação de conhecer as fórmulas para alterar esta realidade. Tem experiência no móvel, no mercado local e conhece bem os pontos fortes e fragilidades do atual líder, a Vivo, que acaba de vender à Telefónica.
Um capítulo onde não há margens para ilusões é o da liderança de gestão. E essa, a PT parece tê-la perdido definitivamente deixando a Vivo. Foi o presidente Lula que deixou isso bem claro, ao dizer que “a Oi vai continuar brasileira da Silva.”