Após três semanas de competição, o Campeonato da Europa de futebol entra esta sexta-feira e no sábado na fase em que começam a cair algumas das seleções que, à partida, eram apontadas como principais favoritas à vitória final. Depois de, até ao momento, apenas a Itália (campeã em título e crónica candidata ao título ter ficado pelo caminho), restam em competição cinco equipas que já foram campeãs da Europa. E pelo menos duas delas vão ficar já pelo caminho.
Os caprichos da competição e dos resultados acabou por ditar que, esta sexta-feira, se defrontem quatro campeões europeus. Coincidência, ou não, num jogo vão estar as duas melhores equipas do torneio e, no outro, duas formações que prometiam muito mas que têm mostrado pouca consistência.
No primeiro jogo dos quartos-de-final, Espanha e Alemanha vão disputar aquela que será uma verdadeira final antecipada. Os nossos vizinhos foram, até esta altura, os únicos a vencer todos os jogos e sempre de forma categórica. Cilidraram (3-0) a Croácia na estreia, deram um banho de bola a Itália num jogo em que só 1-0 final foi injusto, venceram a Albânia pela margem mínima só com jogadores suplentes e, nos oitavos-de-final, voltaram a golear (4-1), deixando para trás a mesma Geórgia que vencera Portugal. Do outro lado, a equipa da casa, a Alemanha, não teve um trajeto tão exuberante apenas porque consentiu um empate (1-1) contra a Suíça no último jogo da fase de grupos. De resto, venceu a Escócia por 5-1, bateu a Hungria por 2-0 e repetiu este resultado nos oitavos, frente a Dinamarca. Em resumo, uma das duas melhores equipas do torneio vai ficar pelo caminho amanhã à tarde. A outra pode vir a defrontar Portugal na meia-final. Para isso, é preciso que, no jogo da noite, a Seleção Nacional repita a façanha de 2016, derrotando uma França que, tal como a equipas das quinas, está longe de ter vindo a fazer um bom campeonato. Há esperança, portanto.
Para chegar aos quartos-de-final, França marcou apenas três golos em quatro jogos, sendo que um deles foi de penálti e os outros foram autogolos dos adversários. Mas também não sofreu qualquer golo. Registos que condizem com prestações muito seguras no controlo e domínio do jogo, mas pouco inspiradas na hora de ultrapassar as dificuldades impostas pelas defesas contrárias. Algo que nós, portugueses, temos identificado também na seleção orientada por Roberto Martinez. E não é este o único aspeto em comum com as duas equipas. Tal como no caso de Portugal, também na França as principais figuras têm estado apagas e em sub-rendimento. Se Ronaldo, Bruno Fernandes e Bernardo Silva ainda não explodiram, apesar de jogarem quase sempre, o mesmo tem acontecido com Mbape, Griezmann ou Dembelé. Curiosamente, as duas equipas têm gente de sobra no banco para poder fazer a diferença. Resta saber se os selecionadores vão continuar a apostar apenas nas suas “vacas sagradas” ou ousarão fazer mudanças.
Os outros dois jogos destes quartos-de-final, que se disputam no sábado, juntam dois outsiders a um campeão europeu e um candidato crónico, que busca o seu primeiro título continental. Parece impossível, mas a verdade é que a poderosa Inglaterra nunca venceu um Europeu. Há sempre qualquer coisa que falha e obriga a nação fundadora do futebol a regressar a casa de mãos a abanar. As prestações até ao momento não têm sido famosas, mas o talento de alguns dos seus jogadores, nomeadamente Bellingham, permitiram chegar até esta fase. Agora, pela frente vão ter uma das seleções mais consistentes da competição, a Suíça. Uma equipa sem pergaminhos, mas que chega a esta fase da prova sem derrotas. Mais, empatou com a Alemanha na fase de grupos e afastou a campeão em título, a Itália, com uns esclarecedores 2-0 nos oitavos-de-final. Tem tudo para se afirmar como grande surpresa deste Europeu. O mesmo pode acontecer com a Turquia, equipa que pratica um futebol algo caótico, mas dispõe de inúmeros jogadores jovens e talentosos, capazes de momentos de futebol eletrizante. Sábado se verá se terá argumentos para contrariar a seleção dos Países Baixos, que tem vindo a crescer durante a competição e dispõe de argumentos, nomeadamente do meio-campo para a frente, para repetir a façanha de 1988, quando se sagrou Campeã da Europa, numa competição que decorreu, curiosamente… na Alemanha.
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