Quando se fala em Cristiano Ronaldo, os números são sempre astronómicos. Os mais recentes, claro, não são exceção: 105 milhões de euros pagos pela Juventus ao Real Madrid pela contratação do internacional português, mais de 500 mil camisolas vendidas, com o 7 nas costas, só nos primeiros dias, no valor de mais de 50 milhões.
Face a estes números, não tardou até começar a circular a notícia de que só a venda de camisolas chegaria em breve para pagar a transferência do jogador. Mas não é bem assim: O dinheiro proveniente da venda de equipamentos não entra diretamente no bolso dos clubes.
O negócio dos equipamentos à venda é, normalmente, um negócio de licenciamento – os fabricantes pagam ao clube uma taxa anual (o Manchester United, por exemplo, recebe cerca de 84 milhões de euros por ano da Adidas) para poder vender equipamento com a marca do clube e depois entregam-lhe entre 10 a 15% do lucro proveniente dessas vendas.
A quem esteja, neste momento, a pensar por que razão, nesse caso, é que os clubes de futebol não fabricam as suas próprias camisolas de forma a ficarem com 100% dos lucros, o advogado especialista nos negócios do desporto, em particular do futebol, Jake Cohen responde de forma sucinta: “Porque são clubes de futebol”. “Não têm as redes de distribuição global necessárias para fabricar, expedir e vender centenas de milhares ou, em alguns casos, milhões de camisolas por ano”, explica, ao The Independent.
“Mesmo os maiores clubes de futebol do mundo são negócios relativamente pequenos quando comparados com a Adidas e a Nike”, acrescenta.
O mesmo advogado explica outra razão pela qual não se pode dizer que um jogador fica pago com o que rende em venda de camisolas: Embora normalmente exista um aumento de camisolas vendidas, o que acontece com maior frequência é que os que já estavam a pensar comprar uma camisola, optem por comprar a que tem o nome do novo jogador.