Atrás de cada seleção nacional de futebol há um país, mas por cada país podem existir várias seleções nacionais de futebol. Assim se explica que os 193 países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU) fiquem àquem das 211 federações – e respetivas seleções – reconhecidas pela FIFA. A diferença resulta, em larga medida, de territórios ultramarinos que, apesar de pertencerem a determinado país, não abdicam de ver a sua identidade representada numa seleção de futebol.
As 32 equipas presentes na fase final do Campeonato do Mundo, a decorrer na Rússia, saíram de um lote de 211 que incluí, por exemplo, as seleções de Macau, Hong Kong e Taiwan, duas regiões administrativas especiais e outra que reclama a independência da China, ou as de Guam, Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas e Samoa Americana, todas sob a jurisdição dos Estados Unidos da América, no seio da ONU.
É o Reino Unido, porém, que mais bandeiras acrescenta à FIFA, uma vez que, além de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, divide-se noutras sete seleções de territórios ultramarinos: a de Gibraltar e as caribenhas de Montserrat, Ilhas Turcas e Caicos, Ilhas Caimão, Bermuda, Anguila e Ilhas Virgens Brtânicas, esta última em tempos orientada pelo português André Villas Boas, na sua primeira experiência como treinador.
Outras heranças do período expansionista, as ilhas de Aruba e de Curacao, também nas Caraíbas, pertencem à Holanda, mas contam igualmente com seleções independentes na FIFA, assim como as Ilhas Faroé (região autónoma da Dinamarca), na Europa, e a Nova Caledónia (território da França) e as Ilhas Cook (ligadas à Nova Zelândia), ambas no Pacífico. Na FIFA, ao contrário do que sucede na ONU, já há espaço, também, para a Palestina e o Kosovo.
No total, contabilizam-se 24 federações/seleções no mapa da FIFA que não encontram correspondência na lista de estados-membros da ONU. Mas também há seis países com assento nas Nações Unidas que não estão filiados na entidade máxima do futebol mundial, todos no Pacífico: Quiribati, o país que entra sempre primeiro em cada novo ano, Ilhas Marshall, Tuvalu, Palau, Micronésia e Nauru, o país insular mais pequeno do mundo (apenas 21 km2) que, desde 1996, leva já sete participações consecutivas em Jogos Olímpicos, sempre na modalidade de halterofilismo.