Após três remates na mesma direção, os guarda-redes tendem a “mergulhar” para o lado oposto no próximo lançamento.
Enquanto diversos cientistas têm procurado a fórmula para o “penalti perfeito”, este novo estudo, desenvolvido por investigadores do Colégio Universitário de Londres (UCL), tenta avaliar estatisticamente os padrões de lançamentos em penaltis. O estudo concluiu que, muitas das vezes, os guarda-redes são vítimas da “falácia do apostador”- noção errada de que a probabilidade de ocorrência de algo aumenta, ou diminui, em função de ocorrências recentes.
Na análise realizada, os pesquisadores descobriram que a forma como os jogadores chutam e os guarda-redes defendem é aleatória. Mas chegaram à conclusão de que as decisões dos guarda-redes eram previsíveis a partir do terceiro remate na mesma direção.
Segundo Erman Misirlisoy, autor do estudo, “cerca de 69% dos “mergulhos” são na direção oposta da última bola, e 31% na mesma direção do lançamento anterior, depois de três bolas consecutivas na mesma direção”.
Um bom exemplo é o jogo entre Portugal e Inglaterra que se estendeu para penaltis nos quartos de final de 2004. Os três primeiros jogadores portugueses direcionaram a bola para o lado esquerdo. Na quarta penalidade, o guarda-redes inglês, David James, virou-se para o lado direito, mas o jogador português chutou novamente para a esquerda marcando golo. Portugal acabou por vencer por 6-5.
“Se os jogadores identificarem os padrões não aleatórios dos guarda-redes, eles podem realmente ganhar o jogo com grande facilidade, sem um lançamento perfeito, pois só têm de chutar para o lado oposto (…) o ponto-chave do jogador é chutar de forma aleatória”, acrescenta Misirlisoy.