Por fora parece, às vezes, um campo de concentração, mas por dentro a Aldeia Olímpica é um bairro com uma harmonia e bom gosto capaz de causar inveja a muitos mortais. Os prédios foram desenhados por diferentes arquitetos, mas respeitam todos as linhas orientadoras do local, acabando por criar blocos uniformes e agradáveis.
Como os prédios têm sempre à volta de 10 pisos, são raras as delegações que conseguem ocupar um edifício por inteiro. Assim, é já dentro de cada bloco que se vai estabelecendo o convívio entre atletas de várias nações, raças, credos e convicções.
Portugal, por exemplo, que trouxe uma delegação de 77 atletas – embora a vela e a canoagem fiquem alojados próximos dos seus locais de competição – apenas ocupa três pisos de um edifício. Nos restantes, estão delegações do Ruanda, Sri Lanka, Guiné-Bissau, Bangladesh e Albânia.
Num prédio em frente, separado por um jardim, aloja-se a delegação da Nova Zelândia, que tem dado um espetáculo suplementar, todos os dias, aos portugueses: sempre que chega um novo elemento à missão, os outros reúnem-se no relvado e fazem a receção com o tradicional Haka, a dança com que os All Blacks costumam iniciar os jogos de râguebi.