A 96ª edição dos Oscars aconteceu durante a madrugada deste domingo a partir do Dolby Theatre, em Los Angeles, EUA, e ficou marcada por alguns momentos importantes.
A gala teve Jimmy Kimmel como anfitrião, ele que não é um estreante nestas andanças, uma vez que se trata da quarta vez que é convidado para conduzir a cerimónia de entrega de prémios mais importante do cinema norte-americano. De facto, um dos momentos altos da noite foi mesmo o monólogo inicial do apresentador, que começou por abordar as greves que aconteceram em Hollywood nos últimos meses ou a polémica com as nomeações (ou falta delas) ao filme “Barbie”.
Durante o monólogo, Kimmel referiu “Oppenheimer”, filme com mais nomeações da noite – e aquele que acabaria por se tornar o vencedor desta edição dos prémios – e aproveitou o momento para fazer uma piada com Robert Downey Jr., nomeado na categoria de Melhor Ator Secundário pelo seu desempenho nesta produção. O apresentador referiu que este podia ser “o ponto mais alto da carreira” do ator, mas em seguida gerou controvérsia ao recordar o passado problemático de Downey Jr., que em 1996 chegou a ser detido por conduzir enquanto estava sob o efeito de cocaína. Uma brincadeira que, nas redes sociais, foi considerada desnecessária por muitos internautas, que enaltecem a recuperação do ator desde esse episódio com quase 30 anos.
A noite de Robert Downey Jr. não ficou, no entanto, manchada pela brincadeira de Kimmel, uma vez que saiu mesmo da cerimónia com a sua primeira estatueta dourada nas mãos. No discurso de aceitação, o ator de 58 anos agradeceu “à infância horrível” que teve, à Academia e à mulher, Susan Downey. “Eu precisava deste papel mais do que ele precisava de mim. Foi fantástico, e sou hoje um homem melhor por causa dele”. afirmou ainda, num momento muito aplaudido.
Quem também recebeu aplausos foi Da’Vine Joy Randolph, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Secundária por “Os Excluídos” e protagonista de um dos momentos de maior emoção da noite. “Sempre quis ser diferente e agora percebo que só tinha de ser eu mesma. Agradeço por ter sido vista. Estou agradecida a todas as mulheres que estiveram ao meu lado”, declarou depois de ter mencionado o apoio da mãe e de uma antiga professora.
Falando em atores que venceram nesta noite, destaque ainda para Emma Stone, cuja reação ao saber que tinha vencido o troféu de Melhor Atriz por “Pobres Criaturas” se tornou viral nas redes sociais. A incredubilidade da atriz de 35 anos ao conquistar o seu segundo Oscar – ganhou o primeiro em 2017 por “La La Land: Melodia de Amor” – saltou à vista enquanto subia ao palco para receber a estatueta.
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Ainda no campo dos momentos mais emocionantes, destaque para a atuação de Billie Eilish ao lado do irmão, Finneas, que interpretaram “What Was I Made For?”, tema que acabou por ganhar o Oscar de Melhor Canção Original. O momento garantiu o silêncio da plateia e os elogios dos internautas.
Outra atuação marcante, ainda que por motivos diferentes, foi a de Ryan Gosling com “I’m Just Ken”, que também estava nomeada para o prémio de Melhor Canção Original. O ator voltou a incorporar um pouco da personagem que interpretou no filme “Barbie”, conseguindo arrancar aplausos e muitas gargalhadas.
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Gargalhadas também não faltaram naquele que provavelmente foi o momento mais inusitado da noite: John Cena surgiu aparentemente nu – usava uma tanga da cor da própria pele – para apresentar o galardão de Melhor Guarda Roupa. Com o envelope estrategicamente posicionado, o ator de 46 anos, sugeria estar desconfortável enquanto dizia que “os figurinos são importantes, talvez a coisa mais importante que há” e pedia ajuda a Jimmy Kimmel para anunciar o vencedor.
Não só de momentos leves e de discursos de agradecimentos se fez a edição de 2024 dos Oscars. Jonathan Glazer, cineasta que ganhou o prémio de Melhor Filme Internacional por “A Zona de Interesse”, aproveitou o momento de aceitação do troféu para fazer uma chamada de atenção sobre o conflito que acontece atualmente na Faixa de Gaza. “O nosso filme mostra como a desumanização nos leva ao nosso pior”, começou por referir ao lado dos colegas com quem trabalhou nesta produção, como paralelismo à realidade: “Neste momento, estamos aqui como homens que recusam que o judaísmo e o Holocausto sejam apropriados por uma ocupação que tem levado o conflito a tantas pessoas inocentes, sejam elas as vítimas dos ataques de 7 de outubro em Israel ou as que estão a ser atacadas em Gaza”.
Também Cord Jefferson, argumentista que venceu o galardão de Melhor Argumento Adaptado por “American Fiction”, aproveitou o discurso de aceitação para fazer um apelo, desta vez dirigido diretamente a Hollywood. “Em vez de fazerem filmes com orçamentos de 200 milhões de dólares, tentem fazer filmes com orçamentos de 10 a 20 milhões, ou de 4 milhões”, sugeriu, demonstrando a sua preocupação com a falta de apoios para as produções mais modestas e mais voltadas para uma vertente artística.
Por fim, destaque para a grande vitória de “Oppenheimer”, que se tornou o vencedor da edição dos Oscars de 2024 ao conquistar sete das 13 estatuetas douradas para as quais estava nomeado. Além de arrecadar o prémio de Melhor Filme, esta produção destacou-se pela realização de Christopher Nolan, pelos desempenhos dos atores Cillian Murphy e Robert Downey Jr., que ganharam os troféus de Melhor Ator e Melhor Ator Secundário, respetivamente, e por distinções mais técnicas.